Segunda-feira, 29 de Junho de 2009

Crítica: "Transformers 2: Revenge of The Fallen"


 Classificação:  (6/10)

 

“Mais” não tem que ser implicitamente “melhor”. Fui ver “Transformers 2: Revenge Of The Fallen” com alguma expectativa mas não muita confesso até porque conhecendo a filmografia do realizador, nas vezes que fez sequelas, o resultado digamos não foi propriamente o melhor. Realmente tinha-nos sido prometido mais e melhor e da mesma forma que me parece que alguém se esqueceu da segunda parte também me parece que confundiram “mais” com “a mais”.


Transformers tem demasiadas personagens e demasiado tempo em personagens que chegam a irritar. Ser-se cómico não implica necessariamente que se seja estúpido e algumas piadas protagonizadas pelos pais de Sam (que no primeiro até conseguiam ter graça) chegam a ser dramáticas de tão idiotas serem. São demasiados robots e todos acabam por aparecer pouco tempo e rigorosamente nenhum consegue apresentar pontinha que seja de caracterização. Até os transformers que já vinham do primeiro não tem qualquer tipo de caracterização. A título de exemplo, a relação de Bumblebee com Sam é inexistente, não tem qualquer tipo de exploração ou aprofundar. A verdade é que se trata de uma sequela ainda que por aquilo que nos é constantemente apresentado facilmente se pense que apenas se trate de um primeiro capítulo. E não podendo afirmar com toda a certeza, tenho a impressão que Bumblebee (apenas como exemplo pois poderia facilmente escolher outro), aparece em menos planos do que aqueles em que podemos literalmente contemplar o poderio militar americano. O Devastator, por muito perfeito que esteja na sua composição digital, aparece apenas durante 10 minutos de filme, se tanto e o mesmo acontece com muitos dos outros robots que não tem tempo para protagonizarem um filme ao qual dão nome.


Relativamente ao argumento, não posso deixar de dizer que tem algum, mas também não posso ir mais longe. Continua a ser demasiado previsível e cheio de clichés bem ao género do cinema de Bay. Neste segundo capítulo não se trata de um filme sobre robots, isto é de forma evidente e declarada um filme sobre os militares norte-americanos no qual lá pelo meio se resolveu introduzir robots. Eu estou seriamente tentado a ir ver novamente apenas para contar os planos em que aparece tecnologia ou instrumentos militares. Continuando, é muito provavelmente o filme que vi nos últimos tempos com maior quantidade de piadas fáceis, inconsequentes, ridículas e infantis. As primeiras ainda passam mas rapidamente se transformam num sacrifício. Os actores até que se salvam, fazem o que podem e estão ao nível do que nos habituaram no primeiro capítulo. Shia Labeouf sempre muito frenético, Megan Fox sensual quanto baste, os pais de Sam como já referi, tentam a tudo o custo ser engraçados mas sem sucesso. John Turturro também não desilude perante o primeiro, ou seja, continua com uma tremenda pancada mas que lá no fundo penso que acaba por ser bem conseguida. Ramon Rodriguez, uma estreia, tem bons momentos. Os militares são puramente secundários (o quase parece um contra-censo mas não é) e se no primeiro já não apareciam muito agora ainda menos protagonismo têm.


É acção a mais e como se isso não bastasse, muitas das vezes é mal filmada de tal forma que nalguns casos chega a ser gritante a má ligação entre as sequências. Quando é que Bay vai perceber que uma filmagem/montagem rápida não tem que incluir planos que não se consigam perceber? Quando é que Bay vai perceber que a câmara não pode estar tão próxima da acção porque simplesmente não resulta? São muitas explosões muito fogo de artificio, muita corrida, muita confusão, espalhafato e barulho, muita carnificina que fazem com que lá para o meio já deixe de interessar o Optimus Prime, Bumblebee, Megatron, Sam ou outro qualquer personagem e apenas ficamos à espera de ver o que é que Bay vai explodir a seguir! Todavia é precisamente no som que reside o ponto alto do filme. O trabalho de composição sonora para este filme está irrepreensível. O efeitos especiais no geral e toda a componente técnica estão bastante aprimorados, e é devido a isso que leva a classificação que leva, pois de outra forma seria significativamente mais baixa. O realizador recorre-se do slow motion em quantidades industriais e afastar ligeiramente a câmara do ponto de acção era suficiente para mostrar ao espectador o que pretende de uma forma eficaz. Por tudo isto parece óbvio que diga que o filme é demasiado extenso. É demasiado tempo perdido com assuntos e personagens redundantes que só atrasam o filme.


Em suma, não ia à espera de visionar uma obra de arte, é certo, mas ia à espera de ver algo bem melhor (e até maior) do que aquilo que me foi apresentado. Também eu gosto de um filme com largas doses de adrenalina, acção, pancadaria entre robots e tudo mais, mas gosto principalmente quando é bem feito. O primeiro capítulo, com todos os seus defeitos e virtudes, acaba por ser um produto mais equilibrado e coerente que no fim me agradou sobremaneira. Tudo estava mais ou menos nas proporções certas. O principal problema deste segundo capítulo reside, a meu ver, na realização que resulta num tremendo falhanço. Michael Bay é uma criança com corpo de adulto e este filme comprova e esclarece algumas dúvidas que ainda poderia ter. Não sabe para mais ou não quer saber para mais. Tal como Ron Howard, ver um filme de Bay é ver todos os seus filmes. Do ponto de vista técnico é muito competente mas não tem a mínima qualidade para estar à frente deste tipo de filmes. E a partir daqui vai ser sempre a descer isso é certo. Pena, porque Transformers é muito mais que isto e acima de tudo muito melhor e consequentemente necessita de ter um realizador que consiga ver mais e mais além das tão já vistas e gastas explosões, perseguições de carros, montras de consumíveis do exército americano, piadas fáceis ou até melodramas chungas. Estou cansado deste tipo de cinema.


O MELHOR: A componente sonora e visual.


O PIOR: A realização de Bay que já chateia.

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Sexta-feira, 12 de Junho de 2009

Crítica: "Terminator Salvation"


 Classificação:  (6.5/10)

 

Não deixava de ser um filme que esperava com alguma expectativa. Apesar de não se fazer acompanhar de nenhum dos “participantes” dos filmes anteriores a história prometia, embora também sentisse em mim muitas reservas.

 

No fim o filme não é mais nem menos do que esperava. Chuva tremenda (diria mesmo tempestade) de efeitos especiais, eficazes quanto baste, sequências bem filmadas, principalmente as de acção, fugas, perseguições, tiroteios e explosões umas atrás das outras, protagonistas minimamente interessantes e uma história, que tal como eu deixei a sua referência para o fim, a meu ver é no filme muito mal aproveitada.

 

A primeira parte do filme é a referida catarse de efeitos especiais, na qual o argumento custa e demora a arrancar. Para se ter uma ideia desta problemática, só para lá do meio do filme é que se fica a saber um facto prontamente (e desnecessariamente) revelado no trailer. Anda-se a engonhar, quando meses antes o trailer já desvendou aquilo que o filme tenta esconder (ou surpreender) o espectador. À parte disso a história avançou no tempo, relativamente aos seus antecessores pois passa-se num futuro devastado por uma explosão nuclear, controlado pelas máquinas, cada vez mais assassinas e tecnologicamente evoluídas. John Connor continua a sua luta incessante contra tamanho poderio tecnológico como líder da Resistência e desta feita as máquinas reservam-lhe uma tremenda lição de modéstia e integridade, um tema já ligeiramente abordado no segundo filme da série.


Porém não deixa de faltar um enorme aprofundar de temáticas, que seriam muito interessantes de ver – principalmente no que respeita às ligações entre humanos e máquinas – mas que facilmente são descartadas em prol de grandes e complexas sequências de acção, tão ao jeito de Hollywood com os seus típicos blockbusters e respectivo acompanhamento do balde de pipocas a ser consumido vorazmente. Exterminador Implacável merecia definitivamente bem mais!

 

Todavia não posso deixar de referir o notável esforço por parte da realização e argumentistas, de fazer um filme com imensas referências aos antecessores e algumas surpresas lá pelo meio que vão deixar os mais conhecedores das obras prévias, com um sorriso de orelha a orelha. Christian Bale no papel de John Connor é competente ainda que na minha opinião as estrelas cintilantes deste “Exterminador Implacável: A Salvação” fiquem com Sam Worthington como Marcus Wright e Anton Yelchin como Kyle Reese que foram para mim os verdadeiros pontos altos deste último filme da saga. Pequena referência à música de Danny Elfman que apesar de precisar de a ouvir novamente, numa primeira abordagem não me pareceu a mais acutilante para o género de filme que sonorizava. Apesar disso o tema de Terminator ainda lá aparece algumas vezes.

 

No fim é apenas mais um. Tecnicamente competente mas com evidente falta de uma estrutura narrativa mais densa e cativante. E se é verdade que um Exterminador 5 já se advinha fico a pensar se haverá mesmo necessidade de continuar… ou deixar a saga de “Terminator” por aqui e ecoar nos nossos pensamentos os dois primeiros de James Cameron. Para mim já era mais que altura de ficar por aqui.

 

O MELHOR: As piscadelas de olhos e a competência técnica na grande maioria das cenas.

 

O PIOR: A não exploração de um argumento que tinha tudo para ser explorado. Pena.

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Terça-feira, 9 de Junho de 2009

Crítica: "Six Feet Under"


 Classificação:  (10/10)

 

Há já algum tempo que não dedico este espaço ao panorama televisivo. Curiosamente vou fazê-lo com uma série que já não é propriamente recente. Estreou por cá no Verão de 2002. E confesso foi uma série que nunca consegui (ou quis) acompanhar… até agora. E nestes últimos tempos disponibilizei algumas horas para finalmente ver as suas cinco temporadas. Mais uma vez uma agradável surpresa, no mínimo. Uma típica família Americana – disfuncional portanto – tem como negócio uma agência funerária. Este é o princípio para todo o desenrolar dos episódios, que têm em comum, começarem sempre com a morte de alguém. É essa morte (muitas das vezes bastante cómica e provocatória diga-se) que faz avançar toda a narrativa. De facto é simplesmente delicioso visionar esta temática (normalmente uma austera para nós) que é a morte, com toques absolutamente geniais de humor, bom senso e uma sensibilidade fora do comum. Refiro a morte mas de facto esse é apenas um dos muitos temas que esta série aborda, sendo que muitos deles ainda são bastante “tabu” para a nossa sociedade. É assim uma série dramática, com toques de humor negro que acaba por ser não só divertida – é certo – mas também muito emotiva e comovente.


Grande parte desta genialidade vem da mente criativa de um dos principais argumentistas, Alan Ball (“American Beauty” e “True Blood”) que nos providencia histórias humanas, realistas e emocionantes com temas actualizadíssimos, pertinentes e cativantes. A outra parte responsável por este sucesso, são os actores que personificam as personagens desta história, com as quais facilmente nos revemos e identificamos, que se apresentam extremamente bem definidas e trabalhadas, com as quais conseguem uma aproximação emocional do espectador. Com o elenco encabeçado por Michael C. Hall (o nosso serial-killer preferido do momento em “Dexter”), num papel arrojado (para não dizer mais), Peter Krause de “Dirty Sexy Money”, Rachel Griffiths de “Brothers & Sisters”, Richard Jenkins, James Cromwell e Kathy Bates, facilmente se percebe a mais-valia que é reunir este conjunto de talentos.


Tecnicamente também há muito pouco a referir, pois tudo anda muito próximo da perfeição. Há tempo (e espaço) para tudo acontecer, os planos e os movimentos de câmara estão, na minha opinião, perfeitos e contextualizados ao tipo de série (história) que nos é dada a ver. Agradou-me acima de tudo, nos momentos mais dramáticos, a serenidade e segurança que toda a composição do plano evidencia e onde é perceptível uma harmonia fora do comum. Dá mesmo vontade de dizer que praticamente nada falha.


Em suma, uma pequena pérola dentro do tremendo boom de séries que têm vindo a aparecer nestes últimos dois anos. Pérola em vários sentidos. Porque não é fácil lidar com o tema que têm em mãos e no entanto fazem-no com uma mestria surpreendente. Porque não é fácil manter um nível elevado no decorrer de cinco anos de produção e esse nível é, devo dizer, bastante equilibrado. E acima de tudo porque hoje em dia, tem sido evidente a dificuldade que existe em concluir séries, prolongando-as, por vezes demais do que deveriam, ou ainda mais frequente, dando-lhe finais “demasiado” abertos e inconclusivos. No entanto “Sete Palmos de Terra” apresenta-nos um final – uma sequência de dez minutos no último episódio – simplesmente perfeita e inesquecível. Por tudo isto “Six Feet Under” é simplesmente um “must” no que respeita a séries.


O MELHOR: No geral tudo, no particular a fabulosa sequência final do último episódio.


O PIOR: Nada.

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Segunda-feira, 18 de Maio de 2009

Crítica: "Angels & Demons"


 Classificação:  (6/10)

 

 

Falar de “Anjos e Demónios” sem me remeter ao livro ou até mesmo a “Código da Vinci” é impossível. A primeira porque, basearmos um filme numa obra literária com tanto sucesso obriga, ainda que de forma breve, a uma comparação entre os dois mundos, o literário e o cinematográfico. A segunda porque Ron Howard achou por bem colocar “Anjos e Demónios” cronologicamente posterior a Código da Vinci, quando nos livros, apesar de por cá ter sido editado depois, “Anjos” temporalmente anteceder ao “Código”. É também importante referir que cinematograficamente “Código Da Vinci” era um tremendo e evidente falhanço a vários níveis, com prestações desinspiradas por parte dos protagonistas e uma realização infeliz e incompetente. Se no “Código” as minhas expectativas eram grandes, para “Anjos e Demónios” (o meu livro favorito e na minha opinião o melhor que Dan Brown escreveu), simplesmente não existiam. Por outro lado a minha atenção e espírito crítico iam apurados, ainda para mais quando toda a equipa técnica se repetia.

 

Posto isto, esta nova aventura de Robert Langdon (Tom Hanks) é claramente superior ao seu antecessor. Tem um elenco que no geral está melhor dirigido que resulta em melhores interpretações, ainda que Tom Hanks fique muito aquém daquilo que já nos habitou na sua construção de personagens, deixando mais uma vez Robert Langdon, como uma máquina de debitar texto, sem grande emoção ou sentimento evidente. A protagonista tem um papel pouco evidenciado, e ao contrário do livro é deixada para um plano mais secundário. Fica mais uma vez a sensação que o papel feminino não foi devidamente explorado, não reflectindo a importância implícita que nas obras literárias nos foram apresentados. Ewan McGregor é uma agradável surpresa pois deixa-nos com uma interpretação muito positiva, sentida e emocionante que acaba por ser a grande mais-valia deste filme.

 

“Anjos e Demónios” possui um ritmo muito mais cativante, envolvente e frenético (que transparece a sensação de que passou rápido). O argumento é assim mais eficaz, e não provoca os incessantes e repetitivos bocejos de o “Código”. Tem mais acção, aproxima-se mais do espírito narrativo que o livro apresenta e como disse anteriormente a prestação dos actores favorece e é muito favorecida neste jogo de ritmos, presentes no argumento. Quanto à questão de cinematograficamente se tratar de uma sequela, não acho relevante na história, mas pode demonstrar alguma dificuldade em contextualizar a mesma. Isto leva-me ao final do filme. Eu compreendo e aceito que tenham que existir “alterações” para que um objecto literário seja adaptado ao cinema, o mesmo já não posso aceitar, quando se retiram ideias (explícitas) no livro, apenas porque “poderão” ser polémicas. E quem leu o livro, e viu o final do filme, sabe a que me refiro. A importância do Camerlengo e do papa que morreu é muito maior, muito mais pertinente e polémica do que aquela que nos é mostrada no filme. E isso não se trata de pequenas adaptações mas sim de uma tremenda falta de coragem.

 

Tecnicamente “Anjos e Demónios” é também superior ao seu antecessor. Não cai com tanta facilidade em erros de palmatória como anteriormente. Apresenta uma montagem mais cuidada, tal como a construção dos planos que é mais reflectida. Os efeitos digitais utilizados resultam na maioria das vezes, e é natural que tenha sido necessário recorrer a eles, devido às conhecidas dificuldades de alguns dos locais onde seria necessário gravar. A música, de Hans Zimmer, é desta feita mais inspirada e envolvente. Deixou de ser um acompanhamento com um objectivo de embalar (no sentido mais literal da palavra) o espectador e passou a ser uma obra com mudanças de ritmo e tom, que se adequam na perfeição à imagem que consegue enquadrar e contextualizar com primor e rigor o que o filme pretende transmitir, tendo inclusivamente o cuidado, de criar silêncio em certos momentos, para que toda a atenção recaia sobre o actor ou situação que está a acontecer na tela.

 

Resta-me portanto falar da realização. E ver um filme de Ron Howard, é ver tudo aquilo que já foi feito e ainda por cima com a filosofia do “politicamente correcto”. Não é capaz de apresentar uma única ideia de cinema nova, nem um plano que se possa dizer, “isto é de Ron Howard” porque simplesmente limita-se a passar um texto para imagem, onde não existe uma concepção de mise en scène (encenação), onde tudo é feito a uma velocidade de cruzeiro, onde tudo acontece sempre de uma forma inquietantemente rotineira e demasiado previsível. Desde “A Beautiful Mind” (2001) que nada muda no cinema deste realizador. Não há evolução. E ver um filme com alguns anos é em tudo igual a ver um filme mais recente. Os mesmos planos, a mesma desconstrução dos mesmos, a mesma linha narrativa e exactamente a mesma forma de filmar.

 

Em suma, é um filme, no geral, superior ao primeiro e que considero ser “agradável”. Mas que da mesma forma não deixa de nos causar desilusão, deixando aquele sentimento que tantas vezes já aqui falei, de que “falta qualquer coisa”. Falta alma, coração e empenho ao invés do registo tantas vezes já visto neste tipo de cinema/ género. Aliás, se virmos bem as coisas, qual foi a razão para tamanho sucesso dos livros? Precisamente porque traziam algo de novo, eram originais, provocadores, bem escritos e envolventes (independentemente de gostar ou não). Não há propriamente nenhuma fórmula de sucesso, há boas obras ou obras menos boas. Apesar de tudo isto, tenho a certeza que vai ser um sucesso, pelo menos comercial, e segundo a mentalidade que por cá anda (e que não deveria andar), isso é sinónimo de um excelente filme. Ainda que volte a dizer, é um filme que se vê bem e que portanto não posso deixar de aconselhar, claro sem esquecer o balde de pipocas. Para todos aqueles que não leram ou conhece o livro, o filme vai muito provavelmente ser, uma obra bastante mais interessante e de qualidade.


O MELHOR: O ritmo do filme e a evidente aproximação ao estilo dos livros, no contexto cinematográfico.

 

O PIOR: Um filme sem alma onde não somos confrontados com nada que já não tenha sido feito ou visto.

 

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Sexta-feira, 8 de Maio de 2009

Crítica: "O Contrato"


 Classificação:  (4.5/10)

 

NOTA: Esta semana, por motivos de excesso de trabalho fora do âmbito do blog, o André não teve tempo de preparar com o rigor que já nos acostumou, a crónica semanal do "O Outro Lado da Tela". De qualquer forma, em jeito de compensação, deixo-vos a última crítica que me enviou, do filme "O Contrato".

 

Apesar de já ter estreado há algum tempo, só recentemente tive oportunidade de o visionar. Para além disso trata-se de um filme português e só por esse facto parece-me pertinente apresentar um texto sobre ele.

 

Acompanhei, na altura da estreia, algumas entrevistas com realizador, actores e equipa técnica, e algumas coisas que fui ouvindo pareceram-me muito interessantes. Este era portanto um daqueles filmes no qual eu tinha uma certa curiosidade e expectativa.

 

Acrescentando a isso, trata-se de um filme que vai de encontro a um “género” (acção/ thriller) que na minha opinião tarda em aparecer no nosso cinema, e que poderia aqui pontuar nesse sentido. Pena que se tenha ficado apenas pelo “podia”.

 

É certo que lá para os lados de Hollywood, somos frequentemente presenteados com filmes, que apesar do seu argumento fraquinho, conseguem obter grandes resultados de bilheteira. Mas a nossa realidade é outra e disso não há dúvida. Este “Contrato” começa a “falhar” o seu objectivo logo neste primeiro passo tão importante. O argumento é desconexo, algo desinteressante até, e é desenvolvido a velocidade de caracol durante grande parte do filme, para avançar a uma velocidade estonteante nos últimos dez minutos, com twists mais ou menos esperados. Ainda neste capítulo é preciso referir que os diálogos são, em alguns casos surreais e de maneira nenhuma se enquadram no filme, e ao contexto descrito no mesmo.

 

Alguns destes problemas estão relacionados com o facto de o filme não possuir uma identidade própria. Vai buscar ideias aqui e ali, algumas demasiado evidentes, algumas bastante boas (como é o caso do plano “à Vertigo” quase já no final – pena que o filme não possuísse mais destes exemplares), e outras que são indiferentes ou irrelevantes, devido à quantidade de vezes que determinada cena já foi vista ou filmada. São, portanto, imensos os lugares comuns que acabam por retirar toda a originalidade que a obra à primeira vista poderia ostentar.

 

Quantos às interpretações, apesar do que por cá é dito, foram o que mais me agradou. Eficazes o quanto baste, adequadas a um contexto cinematográfico, acabam por resultar na generalidade do filme. Pedro Lima até consegue convencer, dentro da medida do possível, e Cláudia Vieira também não compromete. Alguns dos secundários estão particularmente bem, como são os casos de Vítor Norte e José Wallenstein.

 

O mesmo já não acontece com a parte técnica. Todo o filme é muito plástico, algo forçado. Isto é evidente nos elementos de raccord (transição entre planos), nos quais, na grande maioria, deixam muito a desejar. A utilização de efeitos digitais é desnecessária e definitivamente não resulta. Fazer-se a explosão (que inclusivamente aparece no trailer) teria sido bem mais eficaz se se tivesse recorrido a efeitos especiais (ao invés dos efeitos por computador), já para não falar que provavelmente teria ficado mais barato. Além disso não temos os meios (pelo menos ainda) para conseguir fazer uma cena deste tipo, que aparente e evidencie realismo. Quanto à música, apenas dizer que por vezes senti que estava a ver um filme pornográfico, e é pena, pois algumas cenas ficam bastante prejudicadas pela melodia ambiente (como por exemplo a cena do chuveiro que tem a sua beleza) e na qual a música estraga completamente o momento.

 

No final, acaba por ser uma desilusão e resta apenas a tentativa de se fazer algo diferente. Mas falta ainda muito… e bem vistas as coisas, com um argumento sólido, verosímil e interessante, ficaria a faltar bem menos, pois também de outra forma, simplesmente nunca irá resultar.

 

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Quinta-feira, 7 de Maio de 2009

Crítica: "Big" (1988)


 Classificação:  (9/10)

 

A história roça o fantástico, é certo, mas não andará muito longe do sonho que muitos de nós desejámos atingir quando éramos mais novos. Uma noite, numa feira de diversões, um menino de doze anos pede o desejo de ser grande. No dia seguinte acorda com corpo de adulto, mas com a sua mentalidade e inocência de criança. E é precisamente aqui que reside o ponto forte do filme que consegue misturar, num equilíbrio perfeito, “assuntos sérios” como tudo o que se passa numa grande empresa de brinquedos, com situações muito divertidas, como o que seriam todos esses assuntos sérios vistos e vividos pelos olhos de uma criança.

 

Uma realização segura de Penny Marshall (“Awakenings” [1990] e “Renaissance Man” [1994]), com Tom Hanks, como sempre nos habituou e que nos presenteia com uma interpretação muito bem conseguida, apoiada por grandes secundários, como Elisabeth Perks (actual Celia na série “Weeds”), Robert Loggia (o veterano actor que tem três filmes agendados para 2009) e Jon Lovitz (“Rat Race” [2001] e “The Benchwarmers” [2006]) que em tudo enaltecem o filme. Tudo isto faz com que “Big” seja presença obrigatória neste espaço.

 

CENA CLÁSSICA: A famosa sequência musical no teclado gigante que fica para a história.

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Segunda-feira, 6 de Abril de 2009

Crítica: "Choke - Asfixia"


 Classificação:  (6.5/10)

 

Ainda há tão pouco tempo escrevia sobre o “estranho caso das traduções” e mais uma vez estamos perante um desses fantásticos exemplares. Estamos novamente perante um trabalho descuidado, para não lhe chamar outra coisa, onde fica bem evidente a falta de carácter das distribuidoras nos processos de tradução.

 

Tirando este pequeno à parte, “Choke” é uma adaptação do romance “Agent Provocateur” de Chuck Palaniuk, que retrata a história de um viciado em sexo que finge sufocar engasgando-se em restaurantes, com pedaços de comida na boca, para assim conseguir extorquir dinheiro ao pobre coitado que o salva. Ao mesmo tempo espera pacientemente que a sua mãe demente morra e acidentalmente apaixona-se, mostrando-lhe que por vezes, nem tudo é sexo.

 

No fundo trata-se de uma história de amor, que recorre aos muitos lugares comuns que estamos habituados a ver retratados neste tipo de histórias, caindo nos clichés e chavões narrativos do costume. Possui uma grande dose de humor negro mas há muita coisa que acaba por ficar no ar, dando a sensação que faltou qualquer coisa numa ou outra sequência, ou até mesmo o filme no seu todo, ao invés do “blocos dispersos” que vão surgindo – a construção do “monumento” de pedra é um desses exemplos. Contudo o filme consegue ser interessante e até divertido, assumindo o tom de comédia romântica, algo fora do comum – leia-se tresloucada – no seu desenrolar.

 

Talvez por se tratar da estreia do actor Clark Gregg na realização e com isso existir um cuidado mais apurado para certos pormenores, o filme consiga ter personagens tão elaboradas e complexas, como as que nos são presenteadas, com densidade psicológica e emocional, onde se denota delicadeza na construção dos personagens, apoiada por boas interpretações de grandes actores. Em suma, aproxima-se bastante do “género”, filme de autor e também por isso, faz com que Choke seja uma agradável comédia e um excelente objecto de entretenimento.

 

O MELHOR: A pretensão da história e a caracterização dos personagens complementado pelas boas interpretações dos actores.

 

O PIOR: Arrisca pouco. Poderia ter ido muito mais longe.

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Terça-feira, 17 de Março de 2009

Crítica: "Gran Torino"


 Classificação:  (10/10)

 

É já difícil, se não mesmo impossível, não considerar Clint Eastwood como um dos melhores realizadores em actividade. Apesar dos seus 78 anos, ainda consegue surpreender-nos, seja com os seus filmes, seja com a sua maneira de ver e fazer cinema. Nisso e não só Eastwood é um génio. Gran Torino premeia pela sua simplicidade e eficácia em toda a sua extensão.

 

Eastwood interpreta um homem que se reveste aliás como sendo uma convergência de personagens e histórias que protagonizou ao longo da sua filmografia, como se de um apanhado da sua carreira se tratasse, sendo possível reconhecer algumas, entre elas: Harry Callahan (da saga “Dirty Harry”), Bill Muny (do inesquecível “Imperdoável”), Sergeant Thomas Highway (do poderoso “Sargento de Ferro”) e Frankie Dunn (do dramático “Million Dollar Baby”). É portanto um personagem duro que não deixa de ser humano e justo, sem papas na língua, que distribui com frequência palavrões e ofensas racistas. Um homem com um passado que o marca profundamente e que torna claro a sua razão de ser. Da mesma forma questiona-se sobre a postura social e política do seu país que, pelo menos aparentemente, se encontra tão perdida quanto o olhar do jovem que dá origem a todo o desenvolvimento da narrativa. É um filme denso, violento, introspectivo e com uma vertente muito humana da problemática em questão. Por isso contar mais seria revelar em demasia e com isso retirar-vos o prazer de visionar este objecto cinematográfico que encerra interpretações seguras e bem caracterizadas, mesmo as dos estreantes (ainda que umas melhores que outras é certo) que acabam por trazer uma grande densidade dramática ao filme.

 

Tecnicamente o filme é aquilo a que o realizador já nos habituou. Imenso rigor e um cuidado extremo na composição da imagem que resulta em planos muito bem conseguidos – como aquele em que Walt Kowalski contempla o seu Torino ao final do dia na companhia da sua cadela – com uma fotografia delicada, que nos remetem para os bons velhos tempos do cinema clássico onde tudo tem tempo para existir e respirar. A montagem eficaz prende desde o inicio o espectador e a música adequa-se na perfeição ao ritmo e densidade do filme. Isto é ainda mais notório – e notável – no segmento final do filme.

 

Em suma, Gran Torino é o cinema em puro estado de graça. Um filme terno, realista, divertido e carregado de uma grande componente humana, com a morte e a respectiva redenção, sempre a pairar – tão típica nos filmes do realizador em questão. Trata-se de um filme que reafirma Eastwood como um dos melhores realizadores de sempre e dessa feita um dos que não se deve de maneira nenhuma perder.

 

O MELHOR: Clint Eastwood, tanto na realização como na interpretação.

 

O PIOR: Como foi possível deixar esta pérola fora dos Óscares?!

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Segunda-feira, 9 de Março de 2009

Crítica: "The Watchmen"


 Classificação:  (9/10)

  

O "outro lado dos super-heróis" seria como eu definiria este filme se me pedissem para o fazer. Foi sem conhecer praticamente nada da BD na qual se basearam, que vi esta película como um ponto de viragem dentro do género. Como filme, respira e existe de forma harmoniosa sem recorrer necessariamente à obra original, sendo que, reconheço que possa ser uma ainda mais agradável experiência para quem conhecer a BD aprofundadamente.

 

Aliás, é precisamente na narrativa que reside um dos (muitos) pontos fortes deste filme. Densa, perturbante, sombria, realista, actual, violenta e adulta, retrata de forma evidente a notável capacidade criativa e escrita de Alan Moore, com os enredos e subenredos que desenvolveu, absolutamente brilhantes e nunca antes vistos e aplicados no âmbito cinematográfico, excepto talvez no ainda recente "The Dark Knight". Em "Watchmen" temos heróis na perspectiva de pessoas comuns. Temos heróis que além dos problemas de outros e do mundo também têm os seus (pessoais) para resolver. Por outro lado, e existente em todas as questões, a dualidade que caracteriza a vida de qualquer um de nós, e o que isso acarreta, a par com as respectivas escolhas e consequências que dessas advêm. É desde o inicio do filme (com um dos genéricos mais marcantes que já vi), que é construída toda esta complexidade narrativa que vai crescendo com os acontecimentos mostrados no filme, e que culminam num final que tem tanto de surpreendente como lógico e conclusivo, apesar do risco inerente que o realizador correu (que segundo o que li, alterou-o ligeiramente). E há que dizê-lo, tudo isto é louvável

 

Zack Snyder, tem um trabalho exemplar na realização. A sua capacidade visionária já não era novidade, contudo existe de um cuidado extremo e evidente, nas imagens que nos são mostradas. E mesmo não conhecendo a BD, é perceptível o empenho na tentativa de colar as imagens da BD ao filme, facto que resulta em pleno e, tenho que confessar, dá um aspecto muito cool ao filme. É muito graças à realização, que o filme resulta tão bem. Tudo foi pensado ao pormenor, e quando assim é o objectivo tende a ser alcançado. O mesmo acontece com os efeitos visuais do filme. Neste caso revestem-se de uma importância significativa e na grande maioria das vezes são bastante eficazes. "Na grande maioria das vezes" porque no que respeita à personagem de Dr. Manhattan, já lhe denotei algumas falhas técnicas, principalmente quando com este existe interacção com uma ou mais personagens, o que se traduz numa falsa sensação de toque e profundidade. Isto apesar do visual fantástico que lhe foi destinado.

 

Relativamente aos actores, mais uma vez a única palavra que me ocorre é: exemplares. As suas personagens, caracterizadas de forma perfeita, dão assim a conhecer ao espectador, toda a densidade pessoal de cada uma delas, que em tanto beneficiam a história, principalmente no que respeita ao segmento final da mesma. Também a música, tem um papel importantíssimo no filme e é, a meu ver, muito bem escolhida. O genérico, como já referi, é uma pérola preciosa (para guardar para sempre) e todo o filme está irrepreensivelmente sustentado do ponto de vista músical.

 

Porém, e já li vários comentários em concordância, falta qualquer coisa ao filme. Também eu senti isso, mas talvez advenha do facto, que bem vistas as coisas – e quem conhece a BD, melhor poderá opinar sobre esta minha posição – não existe nada de propriamente original (e genial) proveniente da mente de Zack Snyder, tratando-se "apenas" de uma reprodução (muito fiel) que demonstra o mais profundo respeito pela obra do autor que a criou. Neste sentido também é certo que provavelmente nunca terá sido definido como objectivo, a criação de algo totalmente novo, mas a verdade é que não impede de nos deixar com ânsia de mais e melhor, além da ilustração (muito próxima da perfeição) da obra de Moore.

 

Não obstante deste pequeno factor (discutível em toda a sua extensão), é um filme imprescindível. Ponto de viragem no género e um filme obrigatório. Uma experiência marcante e estimulante, em todos os aspectos, e com a qual, cada vez menos vezes, somos confrontados lá para os lados do cinema americano

 

O MELHOR: A densidade e inteligência narrativa, a vertente visual do filme. A realização.

 

O PIOR: A estranha sensação de que falta qualquer coisa, com que se sai da sala.

 

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Domingo, 1 de Março de 2009

Crítica: "The Wrestler"


 Classificação:  (8/10)

  

Não deixa de impressionar este filme, tanto devido à interpretação de Mickey Rourke como à realização de Darren Aronofsky (“The Fountain” “Pi” e “Requiem For a Dream”). É uma história de vida, de reencontro e aproximação do passado, de um lutador de wrestling, outrora uma estrela em ascensão e agora praticamente caído no esquecimento. Uma história que frequentemente une uma realidade conhecida pelo espectador e que se funde com a vida pessoal do actor que a interpreta o que acaba por dar uma grande profundidade humana e emocional, tanto à interpretação, como a tudo o que esta transmite a quem o visiona.


Talvez por isso me pareça acertada a escolha da técnica para filmar esta história. Recorrendo com frequência à câmara colocada nas costas do actor e que acompanha os movimentos deste, transmite a ideia de que estamos a visionar um documentário. Como cenário – e do ponto de vista de uma segura realização de Darren A. – é-nos apresentada uma América, desoladora, triste, feia, quase agonizante que consegue intensificar e adensar o que nos vai sendo contado no desenvolvimento da narrativa. Se o protagonista está, a meu ver, muito bem, Marisa Tomei não lhe fica atrás e presenteia-nos com uma interpretação bastante arrojada e eficaz, tal como todas as personagens secundárias. Por fim uma palavra de apreço ao desporto em evidência no filme, o qual foi muito bem retratado e trabalhado, principalmente no que respeita às coreografias de luta (e seus bastidores) e às sequências de combate. Da mesma forma a música de Bruce Springsteen que preenche os créditos finais bastante sentida e comovente que em tudo encaixa no filme, e que deveria ter sido nomeada para Óscar.


De facto não se trata de uma obra-prima do cinema, mas isso acaba por ser irrelevante. E goste-se ou não do filme, não deixa de ser marcante (e até tocante) o regresso de Mickey Rourke a estas lides, numa história de vida repleta de humanidade que demonstra que mesmo no último combate, desistir não é opção. A não perder.


O MELHOR:
Mickey Rourke, com uma interpretação memorável. Darren Aronofsky com uma realização segura. Um argumento sólido e convincente.


O PIOR: O final (apesar de não me desagradar por completo) provavelmente precisaria de uma maior profundidade e complexidade. Não sei até que ponto, seria importante para o espectador visionar outro desfecho para este filme.

 

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Sábado, 28 de Fevereiro de 2009

Crítica: "Aeroplano" (1980)


 Classificação:  (10/10)

  

Aeroplano surgiu numa altura em que as comédias non-sense ainda não estavam institucionalizadas. Talvez por isso, conseguissem apresentar-se como sendo originais e profundamente divertidas. Ao rever esta pérola, ainda consegui soltar algumas gargalhadas e muitos sorrisos, a partir de piadas (que de facto continham piada) e com sequências desconexas que apesar de o serem ainda conseguem ser eficazes, libertando no espectador essa resposta fisiológica que é o riso. Esta ideologia nos tempos que correm, a meu ver, perdeu-se por completo. Acabando por dar origem a filmes completamente insípidos no significado da palavra comédia, e acima de tudo que mais fazem chorar (de tão maus serem) do que propriamente conseguem fazer rir. Aeroplano foi realizado por Jim Abrahams realizador de “Hot Shots”, outro grande exemplar do cinema de paródia, e David Zucker realizador de “Scary Movie 3” e “The Naked Gun: From the Files of Police Squad!”

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Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

Crítica: Look Who´s Talking (Olha Quem Fala)


 Classificação:  (10/10)

  

Para esta primeira edição de clássicos que ficam para sempre, fui rever um filme que já não via há imenso tempo. É provavelmente um dos filmes que definem a infância de muitas pessoas. Pessoalmente, e após tantos anos, ainda continuo a achar o filme absolutamente hilariante. O filme dá a voz a um bebé, com um Bruce Willis absolutamente genial, que partilha os seus pensamentos e preocupações. Um filme que se revela muito divertido e que apresenta diálogos bastante pertinentes e oportunos. Não obstante disso ainda se faz acompanhar dos habituais valores, que este género costuma focar, tais como a família, o amor, a amizade e o altruísmo das pessoas. Se há filmes intemporais, “Olha Quem Fala” tem mesmo de ser um desses casos.

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Sábado, 7 de Fevereiro de 2009

Crítica: "Slumdog Millionaire"

 Classificação:  (9/10)

  

"D: It is Written"


Se há filmes inspiradores, este é definitivamente um deles. É também a prova que por vezes uma história simples, consegue resultar em pleno. Danny Boyle, é dono de uma filmografia bastante diversa. Por isso fiquei muito curioso, quando soube que ia filmar uma história de amor (no sentido mais puro da palavra), ainda para mais, tendo a Índia como cenário. E de facto resultou em toda a sua extensão.

 

A história segue o “destino” e tudo o que este acarreta, do jovem de 18 anos que está na última pergunta do conhecido concurso “Quem Quer Ser Milionário”. Mas como é que ele chegou ali? – A narrativa desenvolve-se no sentido de fornecer a resposta à pergunta anterior, de uma forma particularmente fluída e agradável que consegue sempre cativar o espectador. Os personagens e os actores que os representam estão muito bem em todos os registos (mesmo os actores mais novos), e isso trás muito de positivo ao filme.

 

A realização é soberba, onde tudo se denota que foi pensado e ponderado, com planos e respectivos movimentos de câmara, que roçam a perfeição. Humor, drama e até algumas sequências mais “mexidas” apresentam-se sempre muito equilibradas entre si. A música entra sempre nos momentos certos, e acaba por dar muita vida ao filme.


Trata-se de uma bela (e diferente) história de amor, na qual o destino é posto à prova, a cada segundo que passa. Porém e simultaneamente, talvez este acabe mesmo por ser um possível ponto fraco, visto que pode eventualmente afastar espectadores que não se revejam muito nesta questão que é o destino e as coincidências deste. Mas só o vê quem quer e eu aconselho-o vivamente.

 

Este ano, e pelo menos três dos nomeados que vi para a categoria “melhor filme”, não só estão muito próximos entre si, como o nível de qualidade de todos eles me parece bastante elevado. Apraz-me saber isso.

 

O MELHOR: A história, a realização e os actores e as suas respectivas personagens.

 

O PIOR: Além da estupidez (faltam-me palavras para melhor conseguir descrever o que sinto), que é a tradução do título, há mesmo muito pouco a apontar.
 

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Segunda-feira, 10 de Novembro de 2008

Crítica: "007 - Quantum of Solace"

 Classificação:  (7/10)

 

É por esta altura indiscutível o interessante James Bond que Daniel Craig nos consegue apresentar. É para mim a representação ideal desta personagem e vem de encontro àquilo que sempre esperei para esta saga de filmes. É de igual forma impossível não nos remetermos a “Casino Royal” quando falamos de “Quantum Of Solace”, e são várias as razões para tal facto. A meu ver, as duas principais remetem-se à qualidade exemplar que o anterior filme evidenciava, e porque o actual é a continuação do seu antecessor. A acção começa precisamente onde terminou Casino Royal.


E por muito que digam, para mim a sequência inicial (de abertura) é uma das mais fraquinhas. A música do genérico, é um caso complexo, e neste caso concreto, deixo espaço de manobra, e terei que ouvir novamente. Confesso que à primeira não me entrou no ouvido. Já David Arnold continua muito seguro daquilo que pretende.


Talvez o inicio fosse mesmo a preparação para o restante filme, mas a verdade é que tal como o inicio, este Quantum Of Solace não preenche e em nada é ou consegue ser um filme equilibrado. Se é verdade que de certa forma este facto se funde com aquilo que James Bond vive interiormente, (com o seu desejo de vingança) também deveria ser verdade que o filme apresentasse, pelo menos as qualidades que o seu antecessor apresentava. As sequências de acção são demasiado confusas, e por vezes até mal montadas. Se o plano não consegue respirar o espectador não o consegue acompanhar. Ou seja tem sequências magníficas e tem outras que simplesmente não se percebe o que está a acontecer. Montagem rápida concordo e agrada-me, montagem desconexa e imperceptível já não tanto.


O mesmo se passa com o argumento. Dividindo o filme em duas partes, temos a primeira, onde James Bond vai literalmente despachando quem lhe aparece à frente, e o espectador praticamente nem sabe qual a história. E temos a segunda onde finalmente se define a linha narrativa, além da suposta vingança que o protagonista leva a cabo, onde aparecem os diálogos (pelos menos os interessantes) e toda a trama por detrás de Quantum Of Solace. Pessoalmente gostei da temática, muito actual, gosto da “actualidade” com que estes Bonds são abordados, mas no geral desiludiu porque foi pouco trabalhada. O vilão está perfeitamente à altura. Agradou-me bastante a classe, a maldade intrínseca, o charme que evidencia. Judi Dench é uma actriz excelente e só isso basta para a classificar. A relação entre ela e Bond também está muito bem caracterizada. Quanto a Bond Girls, aparecem pouco. São apenas mais um dos muitos adereços à narrativa.


Em suma é isto. Daniel Craig é para mim o melhor James Bond. Mas que ao contrário de Casino Royal, não conta com uma realização soberba e uma história estimulante. Quantum Of Solace, acaba por cair num filme que demonstra ser muito inconstante, tendo momentos de altíssima qualidade e outros que já não os poderei considerar dessa forma. Todavia, a ver.


O MELHOR: Daniel Craig e Mathieu Amalric e Judi Dench.


O PIOR: A falta de consistência deste Quantum Of Solace e a sua irregularidade. É pena, pois tinha tudo para ser um grande filme.

 

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Quarta-feira, 5 de Novembro de 2008

Crítica: "Taken"

 Classificação:  (8.5/10)

 

"Busca Implacável" é a prova viva que os bons thrillers de acção estão vivos e recomendam-se. Apesar do seu argumento simples e de uma premissa muito interessante (um pai que está a falar ao telefone enquanto a sua filha é raptada), trata-se de um filme com uma intensidade e um ritmo absolutamente avassaladores. É perfeito na descarga de adrenalina que consegue causar no espectador, muito devido a grande cenas de perseguições e lutas corpo a corpo. O próprio tema mexe muito com o espectador até porque é algo actual e o facto de se passar em Paris, de certa forma aproxima o público ao drama vivido pelos personagens. No capítulo das interpretações temos Liam Neeson fantástico muito bem dirigido num filme com uma realização soberba de Pierre Morel. Pode existir a tentação de dizer, que é apenas mais um filme de acção, mas se assim for, que pelo menos todos os filmes dentro do género apresentem o virtuosismo que este evidencia.


O MELHOR: Liam Neeson, intensidade e ritmo avassaladores. Um excelente thriller de acção.


O PIOR: O facto de se poder pensar que se trata de apenas mais um filme de acção.
 

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