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Classificação: (6.5/10) |
"Ma-men…"
Este “American Gangster” é, como dizem, à imagem do seu criador. Ridley Scott, com uma carreira com muitos altos e baixos (mais baixos do que altos, dirão alguns), apresenta-nos no seu mais recente filme, uma história de gangsters que se faz acompanhar de todos os cânones típicos deste género de filmes. Não se pode dizer que com isso esteja a ser original, porque na verdade basta-nos pensar um pouco para depressa nos relembrarmos de verdadeiros ícones na história do cinema tais como “Goodfellas”, “Scarface”, “The Godfather” e “The Untouchables”. Mas havia sempre a possibilidade de ser mais um excelente filme.
E Ridley Scott consegue de forma eficaz a recriação do ambiente vivido por este tão específico género de filmes. O ambiente de Harlem, dos bairros sociais nova-iorquinos, do gangster em si, da corrupção (e daqueles que não são corruptos e o que sofrem por isso) e das políticas que decorrem em plano de fundo, que basicamente é o que faz funcionar todo este sistema, estão muito bem caracterizados. Isto deve-se em grande parte a Denzel Washington em mais uma muito agradável interpretação e ao seu co-protagonista, Russel Crowe com um papel muito pouco relevante para a história na minha perspectiva, mas que ainda assim é eficaz. O facto de as histórias destes dois personagens se desenrolar em paralelo e não nunca de forma a um verdadeiro confronto final, acaba por retirar alguma misticidade e emoção ao desenrolar da narrativa, culminando com a inexistência de um clímax que nos prenda.
Apesar de uma boa premissa, o filme acaba por se desenrolar de forma algo “pastosa”, com muitas cenas que deveriam ter ficado pela sala de montagem. Gostei particularmente da sequência final, onde considero Scott um perito na arte de filmar cenas de acção. Apesar de tudo isto acabei por sair da sala com sensação de saber a pouco. Faltou acima de tudo garra e uma história, que apesar dos seus contornos verídicos, podia ter sido muito melhor explorada.
Já agora e como é a minha primeira crítica pós-aniversário, muitos parabéns e um grande abraço Filipe. A partir de agora é sempre para a frente.
O MELHOR: A premissa, alguma das sequências e os seus protagonistas.
O PIOR: A sensação com que se sai da sala de cinema… a saber a pouco.
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