Começo por dizer que da Banda Desenhada original pouco conheço, e como tal, vi e vou falar do filme apenas como um objecto cinematográfico recorrendo pouco aos “comics” que o originaram. E olhem que no meio do mau até estava à espera de pior, a verdade é que nunca imaginei Nicolas Cage a fazer um papel de super-herói mas se há coisa que o actor nos tem mostrado é a sua capacidade camaleónica para conseguir vestir personagens totalmente diferentes e neste Ghost Rider, não está nada mal. Aí um grande ponto a favor, que acompanhado com a co-protagonista, Eva Mendes, dona de uma naturalidade surpreendente, já para não falar na beleza, fazem um par bastante engraçado e que por diversas vezes nos deixam com aquele sorriso discreto mas apaixonado que rapidamente nos fazem pensar que foi uma boa aposta a escolha dos actores para os personagens principais. Foi mesmo na história e no Ghost Rider em si, que senti as maiores lacunas. Os vilões, não trazem nada de novo, previsíveis (a história e o seu desenrolar também o é) e demasiado estereótipados (secantes mesmo), tiram todo o ritmo e magia ao filme. O Ghost Rider em si... é um assunto complicado, porque enquanto nos é relativamente fácil identificarmos Nicolas Cage como Ghost Rider, já nos é mais difícil, pelo menos para mim, identificar Ghost Rider como Nicolas Cage, acho que faltam elementos de ligação com o actor em si, gestos, atitudes, qualquer outra coisa visto que na verdade a cabeça em chamas, e a voz metálica (que não sei se é perceptível na BD), não são fáceis de “representar”, acabando por despersonalizar Ghost Rider do actor que supostamente lhe dá vida. Há duas ou três situações em que senti que era Nicolas Cage naquela caveira em chamas, o que me parece muito pouco. Para terminar, uma palavra de apreço aos efeitos visuais e especiais, é verdade estamos na era do digital, onde já tudo é possivel, mas continuo a ficar surpreendido com algumas das coisas que vejo, algumas no bom e outras no mau sentido, neste filme temos os dois casos. No geral, um filme no qual as expectativas não devem ir muito elevadas. Vê-se bem, mas muito longe dum filme que nos fique na retina...
O Que Mais Gostei: Os Efeitos Visuais e o par Nicolas Cage/ Eva Mendes.
O Que Menos Gostei: Os Vilões, pouco caracterizados e com pouca relevância para a história, a falta de elementos que liguem as duas faces do personagem interpretado por Nicolas Cage, factor fundamental para a receptividade do filme.