Sexta-feira, 10 de Julho de 2009

Excelência nas editoras?! – É raro, muito raro!

 

É mais que sabido que as editoras/ distribuidoras de cinema do nosso país ficam quase sempre muito longe das expectativas. Especificamente nas editoras, ou porque uma determinada edição em DVD não se faz acompanhar com extras decentes, ou que pelo menos sejam iguais aos da edição dita original, ora porque custa quase o dobro do que anterior e com menos extras lá está, ou ainda mais grave, aquilo que me aconteceu nestas ultimas semanas com a colecção da série “24” a custar 19.90€ quando na semana anterior custava mais dez euros (e isto já com desconto). Do mal, o menos pensei eu. O pior foi quando saí da loja e a 1ª e 2ª temporada possuíam praticamente todos os discos que as compunham, riscados. A acrescentar a isto, o mesmo já me havia acontecido em Viseu. As duas primeiras temporadas estão num estado lastimável. Após apresentado o caso na loja, promoção válida apenas para a FNAC, foi feito um pedido de um novo artigo com a nota de que os discos se encontravam riscados. Quando esse respectivo pedido chegou, pedi como é óbvio para confirmarem os discos e qual não é o meu espanto… estavam praticamente todos no mesmo estado – riscados e imundos. Fica já aqui o aviso, verifiquem sempre os DVDs depois de os comprarem e fica aqui a sugestão à editora em causa, que os discos não servem de “frisbbees” apesar da estação em que nos encontramos. Muito menos servem de discos rotativos que se introduzem em certas máquinas de limpeza a fim de polir o chão. É certo que nunca referi isto antes porque confesso, pensei que fosse do senso comum… por vezes sou mesmo crente.

 

Ora com as distribuidoras (que por vezes também podem ser editoras), são também férteis as situações engraçadas (mas que no fundo apenas provocam as mais sinceras lágrimas do ser mais sério e lúgubre). Foi na “Premiere” que li que o filme “Deixa-me Entrar”, objecto cinematográfico Sueco e que para alguns é uma verdadeira escola de cinema, está disponível em apenas duas salas de cinema. Uma no Porto e outra em Lisboa. Que Lisboa é capital eu já sabia, agora que Porto e Lisboa são as duas únicas cidades que constituem PORTUGAL onde algum inteligentezinho da treta acha que é aceitável (ou rentável) disponibilizar o filme, isso não sabia. Bem vistas as coisas só há gente culta, inteligente e interessada em cinema nestas duas cidades, o resto é copos, cerveja, tremoços e amendoins, sem esquecer o futebol à mistura por isso até é uma decisão minimamente aceitável… mas será mesmo?!? Pessoalmente gostava de conhecer os “artistas” por detrás destas noções de marketing e de mercado e tentar perceber (se é que é possível) o que se passa nas suas cabecinhas pensadoras. Torna-se ainda mais vergonhoso quando um filme com uma história similar – que está ao mesmo nível que uma qualquer bugiganga desprovida de interesse, maioritariamente direccionado para adolescentes com hormonas aos saltos na grande maioria das vezes sem nenhuma noção de qualidade seja do que for – proveniente de uma co-produção da MTV, é distribuído pelo país inteiro.

E mesmo a calhar volta à baila a questão triste e idiota de não se disponibilizar filmes de animação no seu idioma original. Mais uma vez o infeliz do conimbricense (e infelizmente deve haver por aí espalhados muitos mais infelizes) se quiser eventualmente ver o filme “Idade do Gelo 3” só poderá fazê-lo se gramar com a versão dobrada (que independentemente da sua qualidade) não pode existir por si só. Bolas é arranjarem a porcaria de mais uma bobine com a versão original. Ai é muito caro poderão dizer alguns. Caro é pagar 5€ por um menu normal de pipocas com uma Coca-Cola e outro tanto por um bilhete, isso sim é caro. Só o dinheiro que é feito neste consumíveis dava para pagar não sei quantas versões originais. É revoltante constatar-se o que é feito de forma recorrente por grande parte destas empresas, que gerem e manipulam tudo e todos em prol de receitas financeiras, que fazem o que querem e o que bem lhes apetece sem nunca em momento algum pensarem na qualidade ou versatilidade a que o consumidor tem direito, ou pior ainda, sem nunca pensarem no ridículo, escandaloso e ultrajante serviço que fazem em nome da suposta cultura. Não há cultura no nosso cinema actual. Aliás não há praticamente nada a não ser a grande maioria do lixo americano, pois esse não falha um, ora essa!

 

No fim somos obrigados a levar com publicidades contra a pirataria e afins. Qual pirataria?! Viva a pirataria – aliás serviço de qualidade onde escolho aquilo que me interessa – viva aos downloads (i)legais e aos “sacanços” em massa. Pelo menos aí posso ver o que quero, quando quero, como quero e acima de tudo sem riscos nos DVDs e sem ter que levar com o raio das dobragens. E quem diz a verdade não merece castigo já lá diz o ditado. É que olhando objectivamente para a questão, não há mesmo outra alternativa, se não na internet, para combater e se conseguir reunir as condições mínimas no que diz respeito à diversidade na cultura cinematográfica do nosso país… pois de outra forma só mesmo a resignação e a consequente toma de produtos sobrevalorizados, inócuos e isentos de qualquer critério de qualidade. É este o tipo de cinema que quero?! – Definitivamente não!!!
 

Até para a semana!

publicado por OlharCrítico às 23:06
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2 comentários:
De My One Thousand Movies a 16 de Julho de 2009
Concordo contigo :)
De metro madrid a 27 de Janeiro de 2011
Parabéns pelo seu blog, muito interessante. Estou estudando Português, eu não consigo entender tudo, mas quase! ;)

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