Já todos nós vimos pelo menos um filme de terror. Ver um filme de terror é mais ou menos como andar numa montanha russa com vários loopings, curvas apertadas, subidas e descidas íngremes, de preferência, que sejam mesmo a pique. O espírito humano gosta da sensação e da descarga de adrenalina quando o corpo passa por alguma situação que assim o exija. Por isso ver um filme de terror é uma maneira “segura” de apanharmos uns valentes cagaços que normalmente terminam num sorriso parvo resultante do nervoso miudinho e que em casos mais raros culminam com uma manifestação física sonora, mais conhecida por grito.
Assim se quisermos realmente vibrar com um filme do género Terror, ou outros possíveis subgéneros aproximados, o melhor mesmo é não irmos ao cinema com um grupo considerável de amigos, pois o mais certo é aquilo transformar-se numa pura comédia com as bocas, os possíveis erros crassos que se possam eventualmente encontrar e as “sugestões” do pessoal. Outro dos aspectos importantes é que ninguém se deve esquecer de retirar os tampões dos ouvidos antes de entrar para o cinema. Porque hoje em dia o que verdadeiramente assusta neste tipo de filmes são as variações bruscas do som/ música que muitas das vezes nem ao luxo se dão de estar de alguma forma sincronizadas com a imagem. Ou seja, se não ouvirmos estamos safos porque não haverá cagaços para ninguém.
Por outro lado cada vez mais o cinema de terror opta por chocar o espectador a partir do que este visiona na tela. Tendem a ser mais explícitos (mais sangue, órgãos e partes da anatomia humana a saltar por todos os lados) e tendem a ser mais perfeccionistas na técnica de filmagens, recorrendo essencialmente a planos sempre muito aproximados do actor/ actriz para realçar o pânico, drama, literalmente o terror da personagem, para que esta consiga atingir de forma emocional o espectador. Pessoalmente confesso que quando era mais novo via de tudo, era um autêntico Schwarzenegger dos filmes de terror, nada me impressionava ou marcava, e agora o disco já não toca da mesma forma. Aqui entre nós até já pesadelos tive com algumas personagens do universo de terror. A idade não perdoa mesmo meus amigos.
Todavia continuo a ser um adepto dos filmes de terror, ou dito de outra forma sou um ser bravo e altamente corajoso que enfrenta os seus medos. A fórmula deste género de filmes mudou consideravelmente com o passar dos tempos. Existe mais primor, mais rigor nas técnicas utilizadas, consegue-se um realismo praticamente perfeito (nalguns casos chega a ser assustador), mas por outro lado os filmes de terror tornaram-se em puros consumidores de carne humana profissionais. Digo isto porque antigamente havia normalmente um sobrevivente que ficava para contar a história ou mais que não fosse para dar azo a uma possível sequela. Na actualidade e na grande maioria dos filmes de terror a malta ou morre toda ou deixa implícito que ninguém teve a capacidade, inteligência ou infra-estruturas para conseguir dar um enxerto de porrada a um qualquer Jason Voorhees, Michael Myers, Freddy Krueger ou até um pequeno ou grande zombie que ande para aí perdido.
Alguns dirão que estas chacinas são algo desmotivantes e isentas de mensagens e realmente há dias em que me apetece ver um filme que tenha um final cor-de-rosa. Mas às vezes também só me apetece ver um filme tecnicamente bem executado e que consiga basicamente, assustar e pôr-me o coração a saltar pela boca. E exemplares que consigam atingir este efeito em mim, devo confessar, são pouquinhos. E algo me diz que não devo ser o único com este sentimento. Quanto aos possíveis finais cor-de-rosa pessoalmente prefiro ver um filme que me consiga causar sensações e emoções do que propriamente terem de se apresentar com a obrigação de possuírem um final dito feliz. Neste caso e apenas nalgumas vezes dou primazia à técnica e à interpretação. Mas também reconheço porque é a mais pura verdade, faltam bons argumentos para filmes de terror. É excessivamente comum ficarem demasiados assuntos pendentes e da mesma forma muitas situações por explicar.
Apesar de tudo isto cá vou continuar a assustar-me ou a divertir-me (dependendo do filme). É um género muito interessante, com uma fórmula bem definida e que actualmente tem produzido bons resultados, como é o caso do REC, no qual já uma sequela se aproxima. REC foi de facto um dos filmes que mais mexeu comigo mas muito se deve à fantástica interpretação de todos os seus actores e respectivas personagens. Parte aliás que é normalmente pouco trabalhada e na qual pouco se investe em actores mais habituados nas artes interpretativas em prol de miúdas giras com peitos ainda mais giros. Uma coisa é certa, já sei que quando estiver a tomar banho ou a sair dele, só com a toalhinha a cobrir-me e ouvir um barulho… a última coisa que vou perguntar é “quem é que está aí” e a última coisa que vou fazer é ir investigar. Arre pernas para que te quero, porque vou é meter-me a correr sem por um segundo pensar em olhar para trás. Ou então posso sempre nessa altura gritar… “CORTA”!!!
Até para a semana!
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