Ao ver os últimos episódios de “Prison Break” tive aquela sensação de já ter visto tudo. E mais ou menos a meio comecei a fazer o exercício do “será que consigo adivinhar o que vem a seguir?!” A chuva de clichés, twists (tão fraquinhos) foram tantos que na grande maioria consegui adivinhar, tirando o impacto que a série me poderia ter causado em troca de algumas valentes gargalhadas (nas quais muitas delas já evidenciavam a minha impaciência perante tanto incapacidade demonstrada na escrita do argumento). Fez-me portanto recordar algumas pérolas do cinema relativamente a estes clichés e afins. Apesar de assim de repente ter algumas dessas pérolas presentes na minha memória, fiquei curioso e fiz aquilo que sempre faço quando escrevo alguma coisa. Fui investigar. É impressionante a quantidade de sites com informações deste tipo e as quais não vou conseguir referir nem metade é certo, porque acreditem são imensas, mas que vos peço para se sentirem à vontade para partilharem comigo as que quiserem e acharem pertinentes.
- Quantos de nós já desesperamos por um lugar para estacionar o carro perto do local que visitávamos e que não fosse necessário pagar? – Pois bem, em Hollywood, facilmente se arranja estacionamento no qual não é preciso pagar e mais importante ainda, o carro entra sempre (reforço o sempre) de frente e nem são precisas manobras… querem melhor?!
- Na vida real costuma dizer-se que as notícias más correm rápido. Nos filmes não. Já repararam naqueles intermináveis diálogos enquanto o vilão aponta a arma ao herói, e engonha e engonha, até que lá aparece alguém para o salvar? Situação caricaturada no filme “O Último Grande Herói”.
- E por falar em armas?! Porque é que os vilões têm uma apontaria tão fraquinha? Coitados deve ser frustrante, disponibilizam balas à vontade do freguês e só as pobres das paredes, dos vasos, enfim tudo o que rodeia o verdadeiro alvo é que são atingidas?! E o contrário? O herói disparar e por vezes, são dois alvejados só com um tirinho… é que nem os típicos atiradores furtivos conseguem apresentar estas percentagens de êxito!
- Nos filmes de terror também é muito engraçado (ou não) aquele planozinho no final a dar azo à possível sequela… que só dá mesmo vontade de dizer cresçam e desenvolvam ideias para conseguirem continuar os filmes sem recorrerem a esses planos insípidos.
- Ainda nos filmes de terror, os barulhos suspeitos apanham sempre as protagonistas desprevenidas e meias despidas (mas raramente ouço alguém queixar-se… pelo menos no que diz respeito à secção masculina).
- Nos filmes em que entrem aviões, nos planos exteriores são sempre exibidos grandes exemplares, tipo o 747, mas quando passa para o interior dos mesmos, nalguns casos é evidente de que se tratam de aviões bem mais pequenos.
- Na grande maioria dos policiais, o polícia em causa só consegue decifrar o caso depois de ter sido suspenso e ter passado obrigatoriamente por uma casa de strip, ou danças exóticas. A verdade é que mais uma vez - a vertente masculina – nunca se queixa.
- Polícias honestos e trabalhadores morrem sempre ao serviço e poucos dias antes da reforma. Solução, nunca pedir a reforma, trabalhar até não poder mais – basicamente é isso que o nosso governo pede por isso até nem anda assim tão longe da realidade (pelo menos de algumas realidades).
- Quando alguém no cinema tosse, normalmente é sinal de doença grave. Livre-se de algum dos leitores tossir que o melhor mesmo é ir ao médico.
- A condução também é algo de estranho lá para os lados de Hollywood. Ora se conduz a olhar para o passageiro, ora se conduz sempre a virar o volante de um lado para o outro… a direcção desses carros está literalmente toda desfeita. E a quantidade de acidentes que evitam olhando para o passageiro?! É uma excelente técnica, eu próprio já a experimentei e resulta… ainda que não a aconselhe.
- Batom, rímel e outro tipo de maquilhagem raramente saem durante uma noite fogosa de amor ou mais espectacular ainda… raramente sujam os lençóis e o respectivo ninho do amor. A mesma coisa se passa com o penteado das damas. Depois de tanto amasso acordam lindas e esplendorosas. Conheço muitas pessoas que desejavam ter este dom. Curioso também é que para aquelas bandas depois de uma intensa troca de “carinhos” não há limpeza para ninguém (para quê não é?!) e mais curioso ainda é que acordam juntinhos e abraçadinhos como se alguém conseguisse dormir uma noite inteira com o braço por cima dela ou dele, sem pelo menos sentir um certa dormência.
- A dentadura perfeita, brilhante e reluzente nos filmes de época (independentemente da época). Também nessa altura não havia o cigarrinho, isso parecendo que não já ajuda.
- E por muito que se coma, beba… raramente se precisa de ao WC. Há bexigas com uma tremenda de uma capacidade.
Mas a lista poderia facilmente continuar e decerto que continuará. Na verdade podem sair listas verdadeiramente extensas, pois são imensas as situações tratadas de forma muito semelhante neste nosso meio cinematográfico. Claro que alguns exemplos são pura economia de tempo e planos, outras são provenientes de estruturas narrativas já muito delineadas (e até algo gastas) mas mesmo assim às vezes um bocadinho de mais realidade também não lhes ficava mal. E nós também não nos íamos queixar… digo eu! E utilizando não um cliché mas uma expressão típica, despeço-me de todos com o meu habitual…
Até para a semana!
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