Com certeza que muitos de vocês já se questionarem de onde vêm as classificações “Maiores de 12 anos” associadas aos filmes ou a outros tipos de espectáculo. Além de se questionarem, com certeza que também já devem ter considerado algumas incorrectas ou desadequadas pelo que surge sempre a questão, quem é gere isto e como?
Na década de 80, praticamente logo a seguir ao 25 de Abril, foi criada uma comissão de classificação de espectáculos, mais conhecida por CCE, que apresenta como principais competências a classificação cinematográfica e teatral. Para não me prolongar muito, e para os mais curiosos e interessados, deixo aqui o endereço do decreto de lei que regulamenta a CCE, das competências e composição da CCE e por fim, os critérios gerais existentes na CCE. Isto já por si só consegue responder a muitas questões que possam surgir, ou talvez não, visto se tratarem de coisas um tanto subjectivas, principalmente no que diz respeito, aos critérios, pois alguns até dão para rir.
Ora então a classificação dos filmes está dependente da interpretação de um grupo de pessoas, que perfazem a comissão, pessoas como qualquer um de nós, que em conjunto terão que chegar a um consenso sobre uma determinada idade para um respectivo filme, recorrendo a certos critérios. Não há nada de estranho até aqui, tirando mesmo o artigo 3º dos critérios gerais; “Serão classificados para maiores de 12 anos os espectáculos que, pela sua extensão ou complexidade, possam provocar nos espectadores de nível etário inferior fadiga excessiva e ou traumatismo psíquico.” Isto será demasiado vago ou é apenas impressão minha? E relativamente aos DVD´s, a comissão é a mesma ou é diferente? É que não seria a primeira, nem a segunda, e muito menos a terceira vez que aconteceria um filme no cinema apresentar uma determinada classificação e posteriormente com o lançamento do DVD, essa classificação ser totalmente diferente.
Todavia, e se é verdade quem em muitos outros casos nem decretos de lei existem, a verdade é que aqui subsiste uma lei formulada para uma determinada situação, mas que muitas das vezes não é cumprida ou não temos quem a faça cumprir. Dito de outra forma, quantas vezes é que já assistimos a um filme para “maiores de 12”, e ao mesmo tempo estavam assistir pessoas mais novas? Provavelmente dizer muitas ou algumas acaba por ser sempre pouco. É aqui, que no meu entender, começa e termina o ridículo da situação.
Se por acaso pedirmos um bilhete recorrendo ao cartão de estudante, os funcionários exigem a apresentação do mesmo, verificam o dito cujo vezes e vezes sem conta, apenas porque de outra forma somos obrigados a pagar o bilhete normal. A diferença é de 50 cêntimos (mais coisa menos coisa), mas somos obrigados a mostrá-lo. Este rigor (vamos chamar-lhe assim) já não acontece com os bilhetes de identidade por exemplo. Pode estar um rapazinho, que nem ao balcão chega, o um grupo de teenagers (aqueles com as hormonas aos saltos), que quase sempre, ninguém lhes pede identificação. Aí não interessa a idade. Para quê? É plim plim a entrar por isso não há necessidade de se verificar seja o que for e muito menos verificar se se cumpre o artigo 3º em cima citado.
Depois claro, são os “putos” a fazerem uma verdadeira festa enquanto a projecção do filme decorre, onde saltam garrafas de água para os bancos da frente (ainda que só tenha apanhado com elas vazias), saltam pipocas ou frascos de pintarolas (mais uma vez vazios – tem sido a minha sorte). Há uma falta de cuidado enorme por parte das distribuidoras que desta forma não conseguem (nem querem) prestar um serviço de qualidade, e nós consumidores apenas nos resta lamentar, e reclamar em força. Existe uma lei e é para ser cumprida. Posso sempre ser eu que estou a ficar velho e irritadiço por natureza, ou então – e recorrendo às palavras do OTS – devo ser mesmo um E.T. perdido nesta terra de “malucos”… e se for esse caso… “E.T. phone home” (com o dedinho a apontar para cima e a desejar que acelerem o raio da nave).
Até para a semana!
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