Segunda-feira, 6 de Abril de 2009

Crítica: "Choke - Asfixia"


 Classificação:  (6.5/10)

 

Ainda há tão pouco tempo escrevia sobre o “estranho caso das traduções” e mais uma vez estamos perante um desses fantásticos exemplares. Estamos novamente perante um trabalho descuidado, para não lhe chamar outra coisa, onde fica bem evidente a falta de carácter das distribuidoras nos processos de tradução.

 

Tirando este pequeno à parte, “Choke” é uma adaptação do romance “Agent Provocateur” de Chuck Palaniuk, que retrata a história de um viciado em sexo que finge sufocar engasgando-se em restaurantes, com pedaços de comida na boca, para assim conseguir extorquir dinheiro ao pobre coitado que o salva. Ao mesmo tempo espera pacientemente que a sua mãe demente morra e acidentalmente apaixona-se, mostrando-lhe que por vezes, nem tudo é sexo.

 

No fundo trata-se de uma história de amor, que recorre aos muitos lugares comuns que estamos habituados a ver retratados neste tipo de histórias, caindo nos clichés e chavões narrativos do costume. Possui uma grande dose de humor negro mas há muita coisa que acaba por ficar no ar, dando a sensação que faltou qualquer coisa numa ou outra sequência, ou até mesmo o filme no seu todo, ao invés do “blocos dispersos” que vão surgindo – a construção do “monumento” de pedra é um desses exemplos. Contudo o filme consegue ser interessante e até divertido, assumindo o tom de comédia romântica, algo fora do comum – leia-se tresloucada – no seu desenrolar.

 

Talvez por se tratar da estreia do actor Clark Gregg na realização e com isso existir um cuidado mais apurado para certos pormenores, o filme consiga ter personagens tão elaboradas e complexas, como as que nos são presenteadas, com densidade psicológica e emocional, onde se denota delicadeza na construção dos personagens, apoiada por boas interpretações de grandes actores. Em suma, aproxima-se bastante do “género”, filme de autor e também por isso, faz com que Choke seja uma agradável comédia e um excelente objecto de entretenimento.

 

O MELHOR: A pretensão da história e a caracterização dos personagens complementado pelas boas interpretações dos actores.

 

O PIOR: Arrisca pouco. Poderia ter ido muito mais longe.

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publicado por OlharCrítico às 10:24
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4 comentários:
De J.B. Martins a 6 de Abril de 2009
Bem... Eu sei que tiraste isso do "Agent Provocateur" da crítica do Mourinha no Ípsilon mas... esse não é o nome do romance do Palahniuk.

O romance chama-se "Choke". Quando o Mourinha utilizou a expressão "agent provocateur" estava a referir-se ao Palahniuk. (é uma expressão utilizada para designar aqueles que provocam controvérsia)

:)
De OlharCrítico a 6 de Abril de 2009
Caro JBM

Como se costuma dizer por cá, fala pouco mas fala muito bem. Um pequeno lapso de interpretação e consequente escrita que apenas me resta reconhecer. Queria só acrescentar algo que na critica não referi, o autor em cima citado é o mesmo do fantástico "Fight Club".
Ainda só dizer que além do texto também estar presente no Ípsilon, de facto não foi de lá que retirei essa e outras informações, algo que aliás faço com frequência, com o objectivo de apresentar uma melhor contextualização perante alguns factos que à partida posso desconhecer deste ou de outro qualquer filme.

Cumprimentos.

A.S.
De Filipe Coutinhoem 1 a 7 de Abril de 2009
Eu gostei muito do filme. 8 em 10.

Além de ter um humor que me atrai é extremamente audaz e politicamente incorrecto. Creio que ir mais longe seria exagerar e tornar um bom filme numa paródia. Gostei especialmente de Rockwell que me fez lembrar David Duchovny e o seu Californication.

Abraço
De OlharCrítico a 9 de Abril de 2009
Caro Fernando,

Quando referi que o filme poderia ir mais longe, não era no sentido da paródia e muito menos o da comédia. Falta-lhe, e apenas a meu ver, a mesma densidade à história em si (que tão bem evidenciada e apresentada está no que diz respeito às personagens) e que dessa forma evitaria os imensos lugares comuns nos quais este Choke, acaba por cair. Lugares esses raramente abordados pela magnifica série que refere, "Californication", que é simplesmente uma das melhores séries dos últimos tempos (mais uma vez apenas a meu ver) e ao mesmo tempo um dos melhores guiões para uma série de TV.
Mas na realidade também gostei muito do filme, uma lufada de ar fresco no género e definitavamente um dos mais trabalhados. Mas por vezes isso não é tudo.

Grande abraço

A.S.

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