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Classificação: (6.5/10) |
Ainda há tão pouco tempo escrevia sobre o “estranho caso das traduções” e mais uma vez estamos perante um desses fantásticos exemplares. Estamos novamente perante um trabalho descuidado, para não lhe chamar outra coisa, onde fica bem evidente a falta de carácter das distribuidoras nos processos de tradução.
Tirando este pequeno à parte, “Choke” é uma adaptação do romance “Agent Provocateur” de Chuck Palaniuk, que retrata a história de um viciado em sexo que finge sufocar engasgando-se em restaurantes, com pedaços de comida na boca, para assim conseguir extorquir dinheiro ao pobre coitado que o salva. Ao mesmo tempo espera pacientemente que a sua mãe demente morra e acidentalmente apaixona-se, mostrando-lhe que por vezes, nem tudo é sexo.
No fundo trata-se de uma história de amor, que recorre aos muitos lugares comuns que estamos habituados a ver retratados neste tipo de histórias, caindo nos clichés e chavões narrativos do costume. Possui uma grande dose de humor negro mas há muita coisa que acaba por ficar no ar, dando a sensação que faltou qualquer coisa numa ou outra sequência, ou até mesmo o filme no seu todo, ao invés do “blocos dispersos” que vão surgindo – a construção do “monumento” de pedra é um desses exemplos. Contudo o filme consegue ser interessante e até divertido, assumindo o tom de comédia romântica, algo fora do comum – leia-se tresloucada – no seu desenrolar.
Talvez por se tratar da estreia do actor Clark Gregg na realização e com isso existir um cuidado mais apurado para certos pormenores, o filme consiga ter personagens tão elaboradas e complexas, como as que nos são presenteadas, com densidade psicológica e emocional, onde se denota delicadeza na construção dos personagens, apoiada por boas interpretações de grandes actores. Em suma, aproxima-se bastante do “género”, filme de autor e também por isso, faz com que Choke seja uma agradável comédia e um excelente objecto de entretenimento.
O MELHOR: A pretensão da história e a caracterização dos personagens complementado pelas boas interpretações dos actores.
O PIOR: Arrisca pouco. Poderia ter ido muito mais longe.
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