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Classificação: (8/10) |
Não deixa de impressionar este filme, tanto devido à interpretação de Mickey Rourke como à realização de Darren Aronofsky (“The Fountain” “Pi” e “Requiem For a Dream”). É uma história de vida, de reencontro e aproximação do passado, de um lutador de wrestling, outrora uma estrela em ascensão e agora praticamente caído no esquecimento. Uma história que frequentemente une uma realidade conhecida pelo espectador e que se funde com a vida pessoal do actor que a interpreta o que acaba por dar uma grande profundidade humana e emocional, tanto à interpretação, como a tudo o que esta transmite a quem o visiona.
Talvez por isso me pareça acertada a escolha da técnica para filmar esta história. Recorrendo com frequência à câmara colocada nas costas do actor e que acompanha os movimentos deste, transmite a ideia de que estamos a visionar um documentário. Como cenário – e do ponto de vista de uma segura realização de Darren A. – é-nos apresentada uma América, desoladora, triste, feia, quase agonizante que consegue intensificar e adensar o que nos vai sendo contado no desenvolvimento da narrativa. Se o protagonista está, a meu ver, muito bem, Marisa Tomei não lhe fica atrás e presenteia-nos com uma interpretação bastante arrojada e eficaz, tal como todas as personagens secundárias. Por fim uma palavra de apreço ao desporto em evidência no filme, o qual foi muito bem retratado e trabalhado, principalmente no que respeita às coreografias de luta (e seus bastidores) e às sequências de combate. Da mesma forma a música de Bruce Springsteen que preenche os créditos finais bastante sentida e comovente que em tudo encaixa no filme, e que deveria ter sido nomeada para Óscar.
De facto não se trata de uma obra-prima do cinema, mas isso acaba por ser irrelevante. E goste-se ou não do filme, não deixa de ser marcante (e até tocante) o regresso de Mickey Rourke a estas lides, numa história de vida repleta de humanidade que demonstra que mesmo no último combate, desistir não é opção. A não perder.
O MELHOR: Mickey Rourke, com uma interpretação memorável. Darren Aronofsky com uma realização segura. Um argumento sólido e convincente.
O PIOR: O final (apesar de não me desagradar por completo) provavelmente precisaria de uma maior profundidade e complexidade. Não sei até que ponto, seria importante para o espectador visionar outro desfecho para este filme.
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