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Classificação: (7/10) |
É por esta altura indiscutível o interessante James Bond que Daniel Craig nos consegue apresentar. É para mim a representação ideal desta personagem e vem de encontro àquilo que sempre esperei para esta saga de filmes. É de igual forma impossível não nos remetermos a “Casino Royal” quando falamos de “Quantum Of Solace”, e são várias as razões para tal facto. A meu ver, as duas principais remetem-se à qualidade exemplar que o anterior filme evidenciava, e porque o actual é a continuação do seu antecessor. A acção começa precisamente onde terminou Casino Royal.
E por muito que digam, para mim a sequência inicial (de abertura) é uma das mais fraquinhas. A música do genérico, é um caso complexo, e neste caso concreto, deixo espaço de manobra, e terei que ouvir novamente. Confesso que à primeira não me entrou no ouvido. Já David Arnold continua muito seguro daquilo que pretende.
Talvez o inicio fosse mesmo a preparação para o restante filme, mas a verdade é que tal como o inicio, este Quantum Of Solace não preenche e em nada é ou consegue ser um filme equilibrado. Se é verdade que de certa forma este facto se funde com aquilo que James Bond vive interiormente, (com o seu desejo de vingança) também deveria ser verdade que o filme apresentasse, pelo menos as qualidades que o seu antecessor apresentava. As sequências de acção são demasiado confusas, e por vezes até mal montadas. Se o plano não consegue respirar o espectador não o consegue acompanhar. Ou seja tem sequências magníficas e tem outras que simplesmente não se percebe o que está a acontecer. Montagem rápida concordo e agrada-me, montagem desconexa e imperceptível já não tanto.
O mesmo se passa com o argumento. Dividindo o filme em duas partes, temos a primeira, onde James Bond vai literalmente despachando quem lhe aparece à frente, e o espectador praticamente nem sabe qual a história. E temos a segunda onde finalmente se define a linha narrativa, além da suposta vingança que o protagonista leva a cabo, onde aparecem os diálogos (pelos menos os interessantes) e toda a trama por detrás de Quantum Of Solace. Pessoalmente gostei da temática, muito actual, gosto da “actualidade” com que estes Bonds são abordados, mas no geral desiludiu porque foi pouco trabalhada. O vilão está perfeitamente à altura. Agradou-me bastante a classe, a maldade intrínseca, o charme que evidencia. Judi Dench é uma actriz excelente e só isso basta para a classificar. A relação entre ela e Bond também está muito bem caracterizada. Quanto a Bond Girls, aparecem pouco. São apenas mais um dos muitos adereços à narrativa.
Em suma é isto. Daniel Craig é para mim o melhor James Bond. Mas que ao contrário de Casino Royal, não conta com uma realização soberba e uma história estimulante. Quantum Of Solace, acaba por cair num filme que demonstra ser muito inconstante, tendo momentos de altíssima qualidade e outros que já não os poderei considerar dessa forma. Todavia, a ver.
O MELHOR: Daniel Craig e Mathieu Amalric e Judi Dench.
O PIOR: A falta de consistência deste Quantum Of Solace e a sua irregularidade. É pena, pois tinha tudo para ser um grande filme.
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